Mito nº 4
“As pessoas sem instrução falam tudo errado”.
Esse mito além de trazer um preconceito linguístico, vem acompanhado de um social, de que as pessoas de menor aquisição não sabem falar o português, não importa o quão letrado ele é, mas o fato de ser pobre vai fazer com que as pessoas olhem como se ele de nada soubesse. E tem mais, pode-se observar outro preconceito, o regional e este, está sempre sendo alimentado pela mídia que desmoraliza certa região, como acontece com os interiores do Nordeste.
Qualquer manifestação linguística que escape do triângulo escola-gramática-dicionário é considerado “errado”, levando em conta o preconceito linguístico.
Bagno explicou, o fenômeno da palatalização-som da pronúncia da região para região no Brasil e que muitas vezes é alvo de escárnios por pessoas que se julgam pertencer a um lugar superior. Para o autor, o que está em jogo não é a língua, mas a pessoa que fala essa língua e a região geográfica onde essa pessoa vive. Esse preconceito linguístico é embasado na crença de que existe uma única língua portuguesa digna.
História em quadrinhos:
Disponível em: http://www.pixton.com/br/comic-strip/fo40934n
Prezada Isabella,
ResponderExcluirNessa atividade que trata sobre o preconceito linguístico, são levantados oito mitos que revelam o comportamento preconceituoso de certos segmentos letrados da sociedade frente às variantes no uso da língua. Cabe lembrar que a norma culta favorece a manutenção do poder das elites e opressão das classes sociais menos favorecidas.
O mito 1 Mito, prejudicial à educação, mostra que a escola tenta impor sua norma linguística como se ela fosse, de fato, comum a todos os brasileiros, esquecendo-se das diferenças regionais e de outros fatores que explicam a existência do verdadeiro abismo linguístico entre os falantes das variedades não padrão do português brasileiro e os falantes da suposta variedade culta.
O mito 2 retrata que a noção de inferioridade em relação ao português brasileiro comparado a Portugal, causando um sentimento de dependência de um país mais antigo e dito “civilizado”. Já o mito 3, relacionado ao 2, defende que “Português é muito difícil”, reafirmando a afirmação preconceituosa de que o “brasileiro não sabe português”.
O mito 4, “As pessoas sem instrução falam tudo errado”, levanta um preconceito linguístico social, afirmando que as pessoas de menor aquisição não sabem falar o português. E outro preconceito relacionado no que diz respeito às diferenças regionais, alimentado pela mídia que desmoraliza certa região, como acontece com os interiores do Nordeste.
O mito 5 mostra que não existe certa região brasileira em que se fala o ”melhor” ou “pior” português. Não existe nenhuma variedade nacional e regional ou local que seja intrinsecamente “melhor”, “mais pura”, “mais bonita”, “mais correta” que outra.
O mito 6 ,“O certo é falar assim porque se escreve assim.”, não leva em consideração o ambiente do falante. Entretanto, é importante ressaltar que a ortografia deve seguir regras, mas a fala não deve imitar a escrita.
O mito 7, ao abordar a existência das gramáticas, mostra a presença de mecanismos ideológicos agindo através da imposição de normas gramaticais conservadoras no ensino da língua.
Por fim, o mito 8 que se refere ao domínio da norma culta como instrumento de ascensão social, revela que se isso fosse verdadeiro, os professores ocupariam o topo da pirâmide social, econômico e política do país, situação inexistente na sociedade brasileira.
Nesse sentido, essa atividade propôs uma história em quadrinhos que tratasse das variações linguísticas. Conforme sua história, podemos perceber que você retratou muito bem o Mito n 4 e conseguiu demonstrar claramente o que este "preconceito linguístico" evidencia, ou seja, atrelar as diferenças regionais na forma de falar à falta de instrução, o que é na verdade, um grande equívoco!
Parabéns pela atividade e criatividade! Ficou realmente muito bom!!!
Um abraço,
Fabiano Camilozi - TD