segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Linguagem Matemática e a Língua Materna





Enquanto disciplinas, Matemática e Língua Materna parecem ser o oposto uma da outra, para muitas pessoas quem gosta de matemática não gosta de estudar a língua materna, e assim vice versa, ou seja, esses saberes parecem tomar direções contrárias, contudo é possível afirmar que, ao longo do caminho do ensino, se relacionam de algum modo.
No conjunto das disciplinas escolares, a imagem social da Matemática é a pior possível, visto como um conhecimento essencialmente técnico, destinado à compreensão de poucos. Temos novamente mais uma dicotomia Matemática x Língua Materna no ambiente escolar, já que não se ouve falar de uma ‘fobia às letras’ ou a Língua Materna. Normalmente a Matemática é vista como algo perfeito, frio, inatingível; diferente da Língua Materna que constitui um saber familiar, acessível, transformado e reinventado por seus usuários. Então começa haver dentro da escola, uma divisão dos pólos do saber, generais na batalha humanas x exatas.
Essa relação acaba por dificultar o mais imediato objetivo da educação entendendo Matemática e Língua Materna como faces da mesma moeda: o conhecimento. Podemos citar como exemplo a leitura enquanto meio necessário em situações de aprendizagem, capaz de gerar novas compreensões e assim, conhecimento. Podemos considerar que, se o aluno tivesse mais fluência na leitura na Língua Materna, consequentemente seria melhor leitor nas aulas de matemática, facilitando a compreensão e, portanto, a aprendizagem. Sob esse aspecto, a leitura deve ser trabalhada como meio de buscar informações, aprender e, posteriormente, exprimir suas opiniões. Dessa forma, fica explícita a necessidade do trabalho com atividades que valorizem a leitura nas aulas de matemática.
É através do uso da Língua Materna que somos capazes de receber e processar informações matemáticas, bem como, esclarecer dúvidas, comunicar nossos resultados e propor soluções. Por um lado a língua materna é aquela na qual são lidos os enunciados, são feitos os comentários e a qual permite interpretar o que se o ouve ou o que se lê. Desse modo, depara-se com uma didática da Matemática envolvida com a Língua Materna.
Somos então surpreendidos por um processo educacional que necessita não somente de um profundo conhecimento matemático, mas que exige, também, uma rigorosa utilização da Língua Materna – escrita e falada; pois, no processo ensino / aprendizagem em Matemática, a Língua Materna apresenta-se como uma ferramenta pedagógica imprescindível, ocupando papel decisivo.
Quando falamos em disciplinas nas escolas temos que fazer os alunos entenderem que o fato das disciplinas serem separadas, é porque separar os assuntos por disciplinas é a maneira de a escola organizar o conteúdo. Isso não quer dizer que elas devem “seguir separadas e que são opostas uma a outra”. Mas há o problema de não haver diálogo entre as disciplinas. Não só entre a matemática e o português, mas entre todas as disciplinas. Se elas conversassem mais daria para colocar uma ao lado da outra, uma completando a outra, e não sendo colocada contra a outra.













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