Enquanto
disciplinas, Matemática e Língua Materna parecem ser o oposto uma
da outra, para muitas pessoas quem gosta de matemática não gosta de
estudar a língua materna, e assim vice versa, ou seja, esses saberes
parecem tomar direções contrárias, contudo é possível afirmar
que, ao longo do caminho do ensino, se relacionam de algum modo.
No
conjunto das disciplinas escolares, a imagem social da Matemática é
a pior possível, visto como um conhecimento essencialmente técnico,
destinado à compreensão de poucos. Temos novamente mais uma
dicotomia Matemática x Língua Materna no ambiente escolar, já que
não se ouve falar de uma ‘fobia às letras’ ou a Língua
Materna. Normalmente a Matemática é vista como algo perfeito, frio,
inatingível; diferente da Língua Materna que constitui um saber
familiar, acessível, transformado e reinventado por seus usuários.
Então começa haver dentro da escola, uma divisão dos pólos do
saber, generais na batalha humanas x exatas.
Essa
relação acaba por dificultar o mais imediato objetivo da educação
entendendo Matemática e Língua Materna como faces da mesma moeda: o
conhecimento. Podemos citar como exemplo a leitura enquanto meio
necessário em situações de aprendizagem, capaz de gerar novas
compreensões e assim, conhecimento. Podemos considerar que, se o
aluno tivesse mais fluência na leitura na Língua Materna,
consequentemente seria melhor leitor nas aulas de matemática,
facilitando a compreensão e, portanto, a aprendizagem. Sob esse
aspecto, a leitura deve ser trabalhada como meio de buscar
informações, aprender e, posteriormente, exprimir suas opiniões.
Dessa forma, fica explícita a necessidade do trabalho com atividades
que valorizem a leitura nas aulas de matemática.
É
através do uso da Língua Materna que somos capazes de receber e
processar informações matemáticas, bem como, esclarecer dúvidas,
comunicar nossos resultados e propor soluções. Por um lado a língua
materna é aquela na qual são lidos os enunciados, são feitos os
comentários e a qual permite interpretar o que se o ouve ou o que se
lê. Desse modo, depara-se com uma didática da Matemática envolvida
com a Língua Materna.
Somos
então surpreendidos por um processo educacional que necessita não
somente de um profundo conhecimento matemático, mas que exige,
também, uma rigorosa utilização da Língua Materna – escrita e
falada; pois, no processo ensino / aprendizagem em Matemática, a
Língua Materna apresenta-se como uma ferramenta pedagógica
imprescindível, ocupando papel decisivo.
Quando
falamos em disciplinas nas escolas temos que fazer os alunos
entenderem que o fato das disciplinas serem separadas, é porque
separar os assuntos por disciplinas é a maneira de a escola
organizar o conteúdo. Isso não quer dizer que elas devem “seguir
separadas e que são opostas uma a outra”. Mas há o problema de
não haver diálogo entre as disciplinas. Não só entre a matemática
e o português, mas entre todas as disciplinas. Se elas conversassem
mais daria para colocar uma ao lado da outra, uma completando a
outra, e não sendo colocada contra a outra.
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